“La mano de Amarilla”


O Corinthians caiu diante do Boca no Pacaembu. Precisando vencer por dois gols de diferença, o time não saiu do empate e acabou eliminado.

O Corinthians jogou mal, principalmente no primeiro tempo, quando deixou o Boca impor um ritmo lento e arrastado à partida. Não conseguiu sair dessa morosidade do clube argentino.

Mesmo jogando mal, ainda foi melhor que o Boca. E ainda assim o placar e a classificação foram injustos.

E ponto de desequilíbrio do jogo não foi a marcação do Boca, nem o belo gol de Riquelme e nem o seguro sistema tático montado por Biacchi. O Boca ainda é um time fraco, com ataque ruim e lento demais para contragolpes mortais, mas que joga com muita garra e superação.

Mesmo apresentando um futebol pífio no primeiro tempo, com um espaço incômodo entre os volantes e os meias e os laterais quase sem apoiar, descaracterizando a qualidade do time em jogar de forma compacta, o Corinthians deveria ir para o intervalo com vantagem no placar. Mas a etapa acabou 1 a 0 para os argentinos.

Infelizmente, o ponto de desequilíbrio foi a desastrosa arbitragem.

O Corinthians sofreu um pênalti escandaloso no começo da partida, quando o zagueiro Marin colocou propositalmente a mão na bola dentro da área. Além do pênalti, o zagueiro, que já tinha amarelo, deveria ter sido expulso.

Ao invés disso, o árbitro Carlos Amarilla mostrou o cartão para Emerson por reclamação.

Começo de jogo, com um jogador a menos e um time muito inferior, o Boca teria sérios problemas, seria outra realidade. Não fosse apenas esse pênalti, ainda estava 0 a 0 quando Romarinho fez um gol legal bizarramente assinalado impedido. Depois disso, Riquelme acertou um chute distante no ângulo de Cássio e abriu o placar.

O Corinthians voltou para a segunda etapa precisando marcar 3 gols. Uma missão quase impossível para um time que normalmente vence pelo placar mínimo.

Tite promoveu mudanças: Pato e Edenílson vieram para o lugar de Romarinho e Alessandro. O ataque do time não funcionava. Danilo, Guerrero e Emerson não estavam em noite inspirada. Mesmo assim, Orión salvou um gol de Danilo logo aos 6 minutos do segundo tempo.

Paulinho, até então sumido no jogo, apareceu aos 8 minutos para fazer o gol de empate e dar fôlego ao time. O volante acabou sendo o destaque da equipe.

A pressão sobre os argentinos aumentou. Então o trio de arbitragem apareceu de novo, anulando outro gol legítimo do Corinthians, alegando uma falta inexistente de Paulinho sobre o goleiro. O volante ainda recebeu o cartão amarelo.

Deu tempo de o corintiano ver Pato perder um gol sem goleiro dentro da pequena área. Seria o gol da virada para incendiar de vez o jogo.

Tite errou quando colocou Douglas no lugar de Danilo, mas já era questão de desespero. Ainda que não fizesse grande partida, Danilo é um jogador decisivo em momentos de pressão e parecia ser a melhor peça ofensiva do Timão. Quando Douglas entrou, o ataque, já pouco inspirado, parou de vez.

Ainda deu tempo de Emerson sofrer outro pênalti não marcado. Esse lance é discutível e não é escandaloso quanto a jogada de vôlei de Marin aos 11 minutos do primeiro tempo.

O Corinthians é um time que normalmente faz poucos gols. Se quando faz, são anulados, a missão torna-se impossível. O Boca veio sabendo o que queria: um 0 a 0; achou um gol, soube se posicionar em campo e não ser desesperado. Em nenhum momento o time argentino parou o jogo com violência ou deslealdade, mesmo muito fraco individualmente, tem o mérito de ser uma equipe organizada e determinada.

Jogando mal, o Corinthians foi melhor que o Boca, mas interferência da arbitragem foi muito grande e por isso o resultado é injusto. O suficiente para eliminar o Timão. Com isso, o Corinthians entra na longa lista de times prejudicados diante do Boca Juniors, que sempre dá sorte no apito e raramente é por ele atrapalhado.

E Carlos Amarilla confirma algo que todos sabem há tempos: é um juiz extremamente “confuso” e fraco, mas goza da inexplicável fama de ser um dos melhores árbitros da Conmebol.

Agora é continuar para frente e preparar-se para o Brasileirão, para o retorno à Libertadores e para a final do Paulistão no domingo. Algumas coisas serão repensadas por Tite até lá. A volta de Renato Augusto é urgente. A titularidade de Pato deve ser considerada e dificilmente a dupla de volantes segue junta até o fim do ano (por isso o Corinthians já se organiza para assinar com o chileno Maldonado).

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