Conmebol não aceita recurso e Corinthians jogará de portões fechados na quarta-feira

O Corinthians entrara com recurso para suspender a pena preventiva que obrigava o time a jogar com portões fechados até que a pena definitiva fosse dada. Na manhã de hoje (dia 26) a Conmebol recusou o pedido e o Timão jogará mesmo sem a presença de sua torcida amanhã, no Pacaembu.

Houve movimentações em redes sociais, convocando os torcedores a irem para os arredores do estádio na hora do jogo, mas a diretoria pediu para não fazer isso, sob o risco de prejudicarem mais o time. Também prometeram que os torcedores que já adquiriam os ingressos serão ressarcidos.

A questão, porém, tem que ser vista de forma mais delicada.

Além do(s) culpado(s) pelo crime em si, o Corinthians deve ser punido (e a torcida principalmente até porque se o menor realmente for o autor do disparo, os responsáveis por trazê-lo de volta ao Brasil são cúmplices – já que menor de idade não pode entrar ou sair do país sem alguém responsabilizado), mas apenas o Corinthians?

Quem organiza a Libertadores?

A resposta é: ninguém, pois o torneio está completamente desorganizado. Ontem já citei aqui sobre a omissão histórica da Conmebol diante dos problemas (não novos) na Libertadores.

Ao punir apenas o Corinthians e ignorar os próprios problemas, a Conmebol estará passando atestado de incompetência e ignorância, carimbado e assinado. “Mas na Bolívia pode entrar com sinalizador de navios” (não sei se isso é verdade, mas já se houve esse argumento). Acontece que o torneio está sob tutela da Conmebol e ela tem o poder de proibir e o dever de fiscalizar.

O jornalista Paulo Vinícius Coelho (ESPN) foi enfático ao dizer que há dez anos, no mínimo, a Libertadores é uma várzea. “A Copa Kaiser disputada em São Paulo é mais organizada”. E ele está coberto de razão.

A punição exclusiva ao clube (pensando no caso do futebol, o julgamento do atirador não depende apenas do esporte, é crime de homicídio, seja num estádio, num prédio, numa praça) é uma medida imediatista que não visa solucionar o problema, a bagunça e o silêncio da demagoga Conmebol.

Assim como já afirmei que a pena deve ser cautelosa e consciente, a punição do Corinthians é justa, mas deve ser acompanha pela punição de outras instituições. Apenas fechar os portões e deixar pra lá fará com que casos semelhantes (já ocorridos antes) se repitam futuramente (e em breve).

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