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A Meritocracia Corintiana

sexta-feira, 22 de março de 2013

Se nos anos 80 o Corinthians viveu a inesquecível Democracia Corintiana, podemos dizer que hoje o time passa pela “Meritocracia Corintiana”.

Desde que voltou ao clube com a saída de Mano Menezes para a Seleção Brasileira, Tite prega uma máxima: “o campo escala”. Ou seja, joga quem está melhor. E, ao que tudo indica, ele realmente aplica essa teoria.

Existem inúmeros exemplos disso. Mas o momento atual do Corinthians traz à tona tal filosofia.

Quando Alexandre Pato chegou, o comentário geral é que ele deveria ser titular, pois o valor pago por ele foi muito alto. Hoje Pato é titular, mas sem dúvida não é por conta de seu passe ou salário. Ele conquistou seu espaço apresentando um bom futebol.

Mais difícil que escalar Pato foi tirar Emerson, herói do título da Libertadores de 2012. Acontece que o atacante realmente não estava em boa fase e Tite, sempre coerente, deu prioridade ao melhor.

O mesmo ocorreu com Jorge Henrique, jogador taticamente quase perfeito e xodó da galera. Com as ótimas apresentações de Renato Augusto, Jorge tornou-se uma (ótima) opção de banco. Poucos (ou nenhum) técnicos do Brasil têm peito ou liberdade de fazer isso.

A posição da torcida em entender que Tite realmente escala aquele que está em melhor condição para o momento ajuda a diminuir a pressão sobre o treinador e trazer bons resultados. Um caso oposto é o que ocorre hoje no São Paulo. Ney Franco, acertadamente, não escala Paulo Henrique Ganso como titular. Está com a corda no pescoço e sem condições de realizar um bom trabalho.

Mas engana-se quem pensa que a filosofia de Tite só faz sentido agora, após conquistar o Mundial porque ele “está com moral”. Vamos retornar a 2011, quando o Timão venceu o Brasileirão.

Na ocasião, o treinador sacou Chicão do time, até então capitão e titular indiscutível, para apostar em Paulo André. O fato é que Chicão não jogava bem e Leandro Castán estava fazendo o papel de dois zagueiros.

Ou a coragem de tirar Liédson, um ídolo do Corinthians que já sofria com muitas lesões, e apostar num esquema sem centroavante. Ou a recusa em escalar Adriano, completamente acabado para o futebol, em sua passagem pelo Corinthains. Ou até quando decidiu sacar Roberto Carlos para o então contestável Fábio Santos.

O trabalho do Tite tem falhas? Sem dúvida, todos têm. Manter Moraes por tanto tempo no time em 2011, por exemplo, foi uma delas. Mas não se pode negar que seus times são extremamente justos. Realmente é o campo que escala e Tite conseguiu mostrar para o elenco que o futebol é um esporte coletivo.

Tanto é verdade que é comum ouvirmos “o Corinthians não tem um craque”. Isso nada mais é do que o reflexo de um time que atua como tal, deixando o destaque pessoal para segundo plano, pois o Corinthians tem um dos melhores elencos do Brasil (muitos reservas do Timão seriam titulares e destaque na maioria dos clubes grandes do país).

O atual momento do time, vencendo ou não, deixa claro que não há preferidos e nem dispensáveis. O maior mérito do treinador foi fazer cada um dos atletas perceber que o todo é mais que a soma das partes. Afinal, o Corinthians é maior que todos seus jogadores.

Tite desenha o time da próxima rodada com retorno de titulares e esquema semelhante ao da final do Mundial

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Como era previsto, após o jogo diante do Mirassol os titulares estariam disponíveis para o Corinthians. Tite puxou um treino desenhando como será o time com o retorno dos principais jogadores.

A formação utilizada foi igual àquela contra o Chelsea, com Jorge Henrique e Emerson jogando abertos e Guerrero fixo no comando do ataque. Dessa forma, apenas um armador entre me campo: Danilo.

Dentre os titulares que conquistaram o Mundial, apenas dois não estão disponíveis para o jogo diante do Mogi Mirim nessa quarta-feira às 22h (horário de Brasília) no Pacaembu: Chicão, que passou por uma cirurgia no joelho, e Cássio, que ainda treina em separado após longo tratamento no ombro.

O Corinthians treinou com Rafael no gol (da base, porém é provável que Danilo Fernandes seja o titular), Alessandro, Yago (também da base, a vaga está em aberto para Gil ou Felipe), Paulo André e Fábio Santos. O meio de campo foi formado por Ralf, Paulinho e Danilo. Emerson e Jorge Henrique abertos e Paolo Guerrero no centro do ataque completam o time.

O time reserva teve Alexandre Pato, que treinou bem e mostrou melhoras na parte física. O próprio atacante diz que espera estar pronto para jogar já no domingo, pela quinta rodada do Paulistão.

Provável time de estreia no Mundial nunca fez uma partida inteira

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O time que estreará no Mundial de Clubes no Japão será, provavelmente, o mesmo que começou a última rodada do Brasileirão. Na ocasião, Guerrero se machucou e saiu com 16 minutos do primeiro tempo.

Esses 16 minutos com o atacante peruano em campo é tudo que essa equipe jogou junto. Como o centroavante está recuperado da lesão, possivelmente será o time da estreia.

No entanto, não existem motivos para grandes preocupações. Nesse caso, a história está do lado do Timão. Entenda.

Os outros times brasileiros que disputaram o Mundial no Japão passaram por situações semelhantes.

Em 2006, o Internacional (último campeão Mundial vindo da Libertadores) estreou o time campeão na final, diante do Barcelona. Na semifinal e no Brasileiro, Rubens Cardoso não era o lateral titular.

Em 1992, o São Paulo campeão disputou apenas cinco jogos com a formação que foi campeã sobre o Barcelona. Antes de entrar em campo contra a equipe catalã, apenas dois jogos haviam sido disputados com aquela escalação (na época, o Mundial de Clubes chamava-se “Interclubes” e contava com um único jogo entre o campeão da Libertadores e o da Copa dos Campeões). Em 2005, Aloísio estreou pelo São Paulo na semifinal do Mundial.

Mesmo o Flamengo de 1981 disputou apenas quatro jogos com a escalação que venceu o Liverpool naquele ano. Dos quatro, o jogo contra o time inglês foi o terceiro.

O próprio Corinthians, no Mundial de 2000, estreou a equipe que empataria a final contra o Vasco em 0 a 0 naquela ocasião. O time, para lembrarmos, era Dida; Índio, Fábio Luciano, Adílson Batista e Kleber; Rincón, Vampeta, Marcelinho e Ricardinho; Edilson e Luizão. Esse mesmo time voltaria várias vezes a campo com a camisa corintiana.

Esse histórico só vem a confirmar aquilo que o Corinthians prega desde que Tite assumiu: o poder de um time está no elenco e nos treinos diários. A mudança de algumas peças interfere na tática do time, mas não necessariamente na qualidade. E ter opções é fundamental para mudar a equipe rapidamente.

O tempo voa e o Corinthians precisa abrir os olhos

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Timão precisa reencontrar seu melhor jogo outra vez. O tempo voa, o Mundial de Clubes FIFA se aproxima e o Corinthians ainda peca no entrosamento.

Antes a principal arma do time, o jogo coletivo está tropeçando nas últimas rodadas do Brasileirão. A dificuldade em repetir uma equipe de um jogo para outro atrapalha Tite, mas nem isso era problema na Libertadores.

Com um esquema muito bem armado para o treinador, a mudança de algumas peças mantinha o Corinthians competitivo com qualquer escalação. Porém, um time não é uma máquina, depende do tal “fator humano” e, nesse caso, não existe “fórmula perfeita”.

Nem tudo é motivo para se preocupar, é verdade: o elenco atual é mais completo que aquele que conquistou a América de forma invicta. Se as saídas de William e Liédson pudessem preocupar, as chegadas de Martinez e Guerrero repuseram bem as peças do ataque. A boa fase de Douglas e o retorno de Paulo André seguram com competência as vagas deixadas por Alex e Castan, até então o melhor zagueiro do Corinthians.

Vendo o potencial do time e o futebol apresentado no primeiro semestre, é impossível não ficar ansioso por um grande desempenho no Japão. Mas também impossível não ficar um pouco preocupado vendo que o jogo coletivo do time está mais frágil que antes.

Resta esperar pra ver e torcer por melhora nessas últimas rodadas do Brasileirão, em que se espera ver o time titular jogando junto.