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Viagem longa e gramado sintético fazem parte do jogo de amanhã

terça-feira, 5 de março de 2013

Amanhã o Timão enfrenta seu segundo desafio fora do país na Libertadores. O time já chegou ao México para medir forças com o Tijuana, mas antes da partida, precisou enfrentar outro adversário: a distância.

A viagem do Corinthians de Guarulhos até a cidade de Tijuana é a mais longa da história do torneio. Desde que os times mexicanos adentraram a competição, as viagens tornaram-se mais longas que o normal (em 1998).

Os uruguaios do Bella Vista percorreram 9190 km entre Montevidéu e Monterrey em 1999, maior distância até então. Dentre os brasileiros, o Cruzeiro percorrera 8181 km, em 2004, para enfrentar o Santos Laguna na cidade de Torreón.

Este ano, no entanto, foram quase 9735 km entre São Paulo e Tijuana, cidade que fica na divisa do México com os EUA. Por isso a acertada decisão de partir pouco mais de 5 horas após o jogo diante do Santos, pois a comissão e os atletas tiveram mais tempo de descanso e adaptação.

Outra curiosidade é o campo em que a partira acontecerá. Ao contrario do habitual, o gramado do Estádio Caliente é sintético. Esse detalhe fez com que o Corinthians, precavido, levasse dois tipos de chuteira na mala.

Segundo os goleiros, a bola pinga mais nesse tipo de piso e, caso não se faça um treino antes, pode pegar algum jogador desprevenido. Cássio não teme, ainda assim, pois jogou o Mundial sub 20 pela Seleção Brasileira em 2007 no Canadá, onde todos os gramados eram sintéticos.

Curiosidades a parte, o time está concentrado e confiante para o jogo. A defesa vem de uma boa atuação diante do Peixe e a escalação deve ser a mesma da última rodada da Libertadores: Cássio, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Renato Augusto e Danilo; Alexandre Pato e Paolo Guerrero.

Corinthians vence tranquilamente em estádio (quase) vazio

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Num silencioso Pacaembu, o Corinthians ganhou com tranquilidade do Millonarios da Colômbia. O placar de 2 a 0 não representa a facilidade com que o Timão ganhou, mesmo jogando em ritmo desacelerado.

O primeiro gol foi marcado por Paolo Guerrero e o segundo por Alexandre Pato. Os dois formaram o ataque titular do Corinthians, já que Jorge Henrique ainda sente dores na coxa e Emerson Sheik vem de más atuações e inúmeros (e já tradicionais) “rolos” fora de campo.

Sheik ainda entrou em campo, mas apenas para apresentar um futebol abaixo do esperado de um jogador do nível dele.

O Pacaembu estava quase vazio.

Quase. Porque quatro idiotas fizeram o uso de uma liminar conseguida na justiça comum brasileira para se enfiarem no estádio. O juiz concedeu a permissão a seis torcedores, mas dois deles foram mais sensatos e educados e atenderam aos pedidos do clube de ficarem em casa.

Os quatro cidadãos que entraram no estádio alegaram que é direito deles enquanto consumidor assistir o jogo, já que compraram os ingressos antes da penalização dada pela Conmebol. Eles apenas estavam fazendo valer seu direito. Que lindo, não?

Mas vamos só lembrar o porquê do estádio estar vazio? Caso os quatro babacas não se recordem, um menino boliviano de 14 anos foi assassinado na quarta-feira passada quando o Timão estreou na competição diante do San José em Oruro, Bolívia. Por isso o clube e a torcida foram punidos a jogar com portões fechados.

“Mas eles não tem nada a ver com essa morte”. Verdade e mentira. Verdade, porque não estavam na Bolívia e nem carregavam o dispositivo que acarretou no crime. Mentira, porque ali no campo eles estavam representando uma torcida e um clube, algo muito maior que seus umbigos (será que esse tipo de cidadão sabe que existe algo maior que seus umbigos?).

Pela lei vigente, eles estão certos. O direito ao consumidor deve ser respeitado (a Justiça não tem nada formalizado sobre “cidadania”, “empatia”, “bom senso”, “luto”, “respeito à memória” ou “direito à vida”). Para isso, precisamos da noção de cada um sobre a sociedade a seu redor. É aí que o bicho pega, pois a Justiça não prevê e nem liga pra isso.

Eles fizeram valer seu direito, portanto. Mas, nas palavras do jornalista Mauro Cezar (ESPN) “fico imaginando se o quarteto que obteve seus 15 minutos de fama é tão aguerrido na luta pelos seus direitos no dia a dia. Ou se eles se preocupam com os direitos do próximo. (…) Sim, pode ser que eu esteja esperando demais de gente que foi incapaz de oferecer algo minimamente nobre, digno, grandioso. Uma pena”.

O estádio deveria estar completamente vazio. E não vamos nos esquecer do motivo.

Ou o Direito do Consumidor é sobreano ao direito do sujeito? Para a justiça comum, é. Mas, e para nós?

Com empecilho pra todo lado, Corinthians enfrenta hoje Millonarios no Pacaembu vazio

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Quando o ano de 2012 chegou ao fim, ninguém poderia imaginar que o Corinthians teria um começo de temporada tão conturbado. Na verdade, há 15 dias, quando o time empatou o clássico contra o Palmeiras, ninguém imaginaria o quanto de coisas movimentaria o Timão nas próximas semanas.

Primeiro foi o mais grave: o caso da morte do jovem boliviano de 14 anos na estreia da Libertadores diante do San José. Como punição, o Corinthians faz seu primeiro jogo em casa de portões fechados. A torcida, que esperava reencontrar o time na Libertadores depois da maiúscula conquista do ano passado, não poderá participar do jogo.

Depois foi a série sem vencer do time. São seis jogos sem vitória, uma sequência muito ruim, considerando que o time é tecnicamente superior aos adversários que enfrentou até agora. Tite tem o jogo de hoje contra o Millonarios da Colômbia para espantar essa desconfiança. Curiosidade: o treinador do Millonarios é Hernan Torres, o mesmo que era do Tolima naquele histórico revés que deu início à espetacular ascensão do clube.

Outro impasse está no time titular. Os reforços Renato Augusto e Alexandre Pato serão titulares hoje à noite. O primeiro vem para o lugar de Jorge Henrique, ainda sentido incômodo na coxa. O segundo para o lugar de Emerson Sheik, herói de 2012, mas apresentando más atuações em 2013.

Mas o grande impasse de Sheik é extra campo. Além de se atrasar para os treinos de domingo e segunda e ser multado pelo clube, ele recebeu a notícia que o Ministério Público pediu sua condenação por contrabando de um carro importado, caso que já deu problemas ano passado e se arrasta há meses.

O grande desafio do Timão hoje é deixar todos esses problemas fora da partida e tentar manter o foco total no adversário. Não é um trabalho fácil, mas acreditamos na competência do elenco e do treinador.

O Corinthians vai a campo com Cássio, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos, Ralf, Paulinho, Renato Augusto e Danilo; Alexandre Pato e Paolo Guerrero.

Dia de torcer muito. Mas de dentro de casa.

Depois da queda, o coice

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O assunto no mundo do futebol brasileiro é a fatalidade no jogo do Corinthians de quarta-feira, quando um adolescente boliviano foi atingido por um sinalizador atirado do meio da torcida corintiana. Os suspeitos estão detidos na Bolívia e, ao que tudo indica, serão condenados.

A grande questão agora é a punição ao Corinthians. A Conmebol decidiu que o Timão disputará os jogos da primeira fase com portões fechados e não ter direito a nenhum ingresso em jogos fora de casa, podendo estender a pena para todos os jogos da Libertadores.

Como todo imbróglio legal, a medida provisória é válida até que a morte do jovem seja esclarecida. A Conmebol deu um prazo de três dias para o clube apresentar sua defesa. O Corinthians enviou a defesa hoje mesmo.

A defesa, inteligentemente, apoia-se na irreversibilidade da decisão. Como é de caráter preventivo, caso o clube seja absolvido posteriormente, os advogados do Timão defendem que não será possível ser ressarcido esportiva e financeiramente. Por isso ainda não houve manifestação oficial do time em relação aos ingressos do jogo de quarta-feira.

“O Corinthians discorda da punição principalmente por ser de caráter preventivo. Não existem elementos jurídicos para fundamentar uma pena preventiva”, afirmou o advogado do Corinthians, Luiz Felipe Santoro. Juridicamente, ele tem razão. A decisão preventiva penalizante foi tomada às pressas.

Como já apresentado no texto de ontem, impunidade é a última coisa que pretendo ver. Mas, no mesmo texto, defendo que a pena deve ser consciente e cautelosa.

Nas redes sociais continuam pipocando momentos imbecis de constrangimento e vergonha alheia por parte de torcedores que insistem num discurso clubista raso, preconceituoso e oportunista. Infelizmente, vi isso também na mídia, por parte de alguns comentaristas de qualidade extremamente duvidosa (tanto para defender o Corinthians quanto para condená-lo).

“Pseudoclube com uma pseudotorcida. Time de bandidos, raça ruim, tem os piores torcedores do Brasil” comenta um “gênio” preconceituoso (já com minhas correções ortográficas para tornar o texto compreensível) em alguma página esportiva. “Mas quem garante que eram torcedores do Corinthians”, responde um comentarista desinformado. E poucos estão preocupados com a cobertura do caso ou com as questões legais envolvidas.

É, bem que Hanna Arendt dizia: “um ser racional não necessariamente é um ser pensante”.

Crime não é acidente: é preciso punir, mas com consciência e cautela

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A estreia do Corinthians na Libertadores gerou um fato terrível. O jogo foi o de menos: empate de 1 a 1 com clara superioridade técnica do Timão, somado às falhas incríveis de Emerson e cansaço acima do normal dos atletas (uma das consequências da altitude de Oruro).

Acontece que no intervalo um jovem boliviano de 14 anos foi atingido por um sinalizador arremessado da torcida corintiana e faleceu. O pior é que esse caso não é uma novidade (arremessar sinalizadores, rojões e bombas na torcida adversária é uma pratica deprimentemente comum nos estádios brasileiros).

A Conmebol está cautelosa sobre qualquer julgamento precipitado. Aguarda informações mais profundas da Polícia Boliviana. Mas já disse que, dependendo do julgamento, o Corinthians poderia até ser excluído da competição.

Quase impossível de isso acontecer. No máximo, algum tipo de multa, perda de mando de campo ou qualquer coisa assim.

Opiniões e comentários surgem por todas as partes. Na internet, o pior e mais babaca tipo de torcedor comenta o ocorrido através de um viés clubista, expondo toda imbecilidade de sua pobre cabecinha. Outros, mais sensatos, se indignam com o fato, independentemente de qual torcida o tenha causado.

Cogitou-se também que o Corinthians poderia fazer história ao abandonar a competição após o jogo de ontem e mostrar que o time tem uma torcida, nunca o contrário. Seria como assumir uma postura de que, com a moral adquirida de atual campeão, exige um comportamento mais civilizado. Surtiria algum efeito? Dificilmente.

Mas de todos os comentários, o mais infeliz e idiota foi do diretor adjunto de futebol do Timão, o Sr. Duílio Monteiro Alves. “Não tememos punição da Conmebol porque temos convicção de que foi um acidente”. Acidente? Senhor diretor, isso foi um crime, não um “acidente” ou uma “fatalidade”. Homicídio é crime.

Ao arremessar um sinalizador em direção de outra pessoa, mesmo sem a intenção de matar, você está assumindo o risco de matá-la. É exatamente igual dirigir um carro embriagado, atropelar e matar alguém e depois dizer que foi um acidente. Não, foi um assassinato. Portanto, homicídio doloso (com intenção, sim senhor, a partir do momento que se conhece os riscos).

O diretor ainda complementou: “Ainda está tudo muito fresco na memória, mas esperamos ajudar a família de alguma forma”. Ajudar a família é o mínimo.

Qualquer punição dada (perder mando de campo, jogar com portões fechado, ser excluído do torneio) não é tão radical como ir a um estádio de futebol e não voltar. “Ah, mas vai prejudicar os milhares de torcedores inocentes por causa de meia dúzia de criminosos?”, indagam. Esse é o preço por viver em sociedade, as ações de um indivíduo num espaço público ecoam e trazem consequências a todos nesse espaço, sinto muito quem não está pronto para isso. E qual solução melhor? Deixar impune?

Porém é preciso ter cuidados para que isso não vire uma (mais) imbecil e desnecessária guerra clubista e alimente (mais) preconceitos, tão imbecis e desnecessários quanto. Desnecessário também é lembrar que estúpidos estão em todos os lugares e torcidas.

Também é importante deixar claro que a culpa é exclusivamente dos detidos (se assim for provado). Mas sabe o que ajudaria muito? Parar de bancar torcida organizada.

Por que os times ainda dão ingressos para jogos nacionais ou internacionais para torcedores que se consideram superiores ou “mais torcedores” que os “comuns”? Praticamente todos os crimes ocorridos nos estádios partem dessas organizações.

Será que o senhor diretor Duílio Monteiro Alves tem peito pra por isso em pauta? Ou, já que foi um “acidente”, nem há muito com o que se preocupar?

Começa hoje a busca pelo bi da América

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

É hoje. No maior momento de sua história, vindo de um dos anos mais emblemáticos de seu futebol, hoje o Corinthians busca aquilo que muitos julgavam inimaginável: o bicampeonato da Libertadores da América.

E o time vem como um dos favoritos ao título. Manteve quase todo o elenco campeão e reforçou-se com nomes de calibre como Renato Augusto e Alexandre Pato. Mas não tem nada ganho.

O volante Ralf já assumiu que mesmo que não exista mais a pressão de ser um título inédito, o Timão é o time a ser batido por ser o atual campeão. Todos vão querer mostrar serviço diante do Todo-Poderoso.

A estreia é em condições desfavoráveis. Bolívia. Altitude sempre põe medo e desconforto e o histórico do Timão nessa situação não ajuda. Mas o San José é um time mais fraco, inegavelmente, e temos um banco forte para fazer substituições necessárias e não desgastar tanto os atletas.

Então, já sabe, hoje às 22h (horário de Brasília) começa a jornada em busca do título (não mais inédito). E o que vai ter de anti vendo o jogo…

Vai, Corinthians!

Tite inicia semana de olho no clássico e na estreia da Libertadores

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Esta semana será a única do Corinthians a contar com apenas um jogo. Mas isso não quer dizer que o time terá sossego, pois Tite vai aproveitar para focar tanto no clássico de domingo, contra o Palmeiras, quanto na estreia da Libertados, dia 20 na Bolívia.

O grande ponto de Tite é a busca pelo padrão de jogo. Ainda oscilando entre apresentações boas e fracas, o Corinthians ainda não encontrou seu futebol redondo de 2012.

Mas isso não preocupa o treinador. “É normal oscilar mais em início de temporada, até encontrar um padrão. Mas queremos estabelecer um. Temos a semana inteira para trabalhar, principalmente a parte física, antes do jogo contra o Palmeiras”, afirmou Tite depois do empate em 2 a 2 diante do São Caetano no sábado (dia 9).

A grande novidade para o fim de semana é o retorno do goleiro Cássio, que se recuperava de dores no ombro.  Portanto a provável escalação para as partidas contra Palmeiras e San José é a mesma que enfrentou o Chelsea em dezembro, apenas com Gil no lugar de Chicão, que passa por tratamento no joelho.

O time deverá ter Cássio, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo e Jorge Henrique; Emerson e Guerrero.

Os grupos da Copa Libertadores da América 2013

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Após sorteio, os grupos da próxima Libertadores estão definidos, bem como a fase pré-Libertadores.

O Corinthians, em condição de atual campeão, é cabeça de chave do Grupo 5. Enfrentará, na 1ª fase, San José, da Bolívia, Millionarios, da Colômbia e Tijuana, do México.

Na teoria não é um grupo difícil. Jogar na Bolívia e no México nunca é tarefa agradável, mas o Timão tem elenco mais forte que os adversários. Totais condições de fazer uma campanha digna na primeira fase e se classificar em primeiro do grupo. Outra vez invicto? Quem sabe.

O Grupo 1 é a promessa de ser o mais equilibrado, contando com Barcelona de Guayaquil (Equador), Nacional (Uruguai), Boca Juniors (Argentina) e Toluca (México).

A fase de grupos da competição ainda pode ter dois confrontos entre brasileiros. O São Paulo disputa a pré-Libertadores contra o Bolivar (Bolívia). Vencendo o jogo, entra para o Grupo 3, do Atlético Mineiro. Já o Grêmio terá uma pedreira pela frente: a LDU, do Equador. Se vencer, vai direto para o grupo do Fluminense.

Muitas mudanças ocorrerão nos times até o início da Libertadores 2013. O Timão já conta com o reforço de Renato Augusto e busca mais novidades, além de tentar manter o elenco.

Vamos nos preparar para torcer como sempre pelo Corinthians e aguardar um bicampeonato. Vai pra cima deles, Timão.

The Favela is here

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Muito difícil comentar o que aconteceu ontem. Inúmeros de clichês vêm à mente: “o tostão venceu o milhão”, “o Timão dominou o mundo”, “o Japão foi tomado pelo bando de loucos” e etc.

Destacamos alguns pontos e peças: Tite foi não menos que perfeito em sua leitura tática. O melhor treinador brasileiro disparado acertou a mão outra vez.

Jorge Henrique entrou no lugar de Douglas e fez uma ótima partida, taticamente perfeita, aproximando-se de Ralf e Alessandro e ajudando a anular a criativa armação do Chelsea.

Manter Guerrero como homem referência no ataque deu mais que certo: valeu o gol do título. Decisão contestada por se tratar de um time cuja característica é não ter um referente, Tite mostrou-se preciso em apostar no peruano.

O atacante foi importante em quase todos os lances de perigo do ataque corintiano e manteve tanto David Luís quanto Cahill ocupados. Foi premiado com os dois únicos gols do Timão marcados no Mundial. E pela Bola de Bronze da competição.

Danilo, como de costume, foi brilhante. Frio, discreto, calculista e genial. Roubou bolas de Torres e Mata na defesa, acertou passes importantes pra ditar o ritmo do time e fez uma jogada que só jogadores acostumados a decidir fazem no gol de Guerrero. Reafirma-se (pela milésima vez) como o melhor meia do Brasil.

O sistema defensivo do Corinthians é algo incrível e a atuação magnífica de Cássio foi “só” a cereja do bolo. Defesas dignas dos melhores goleiros do mundo, o arqueiro corintiano levou a Bola de Ouro do Mundial, que premia o melhor jogador. Virou ídolo da torcida. São Cássio de Yokohama. Mostrou que ataque ganha jogo, mas é defesa que ganha campeonato.

Mas o que podemos tirar disso tudo? Ao pensarmos em toda a trajetória do time que foi rebaixado, eliminado na pré-Libertadores ao time que ganhou o Brasileiro e no ano seguinte a Libertadores e o Mundial de forma invicta, pelo menos um ponto deve ser destacado: a profissionalização do clube.

Em cinco anos, o Corinthians teve apenas três técnicos, coisa comum ao futebol europeu, mas não ao brasileiro. Um deles, inclusive, só saiu para assumir a Seleção Brasileira.

A decisão acertada de manter Tite após a eliminação para o Tolima em 2011 mostrou frutos antes do que se poderia imaginar: campeão brasileiro do mesmo ano. E, mais importante, constante evolução técnica e tática da equipe.

Se compararmos o Santos que disputou o ano passado com o Corinthians desse ano, vemos uma diferença gritante. Enquanto o Santos jogava no esquema “3-5-toca pro Neymar”, a riqueza tática do Corinthians é digna dos grandes clubes europeus.

A gigantesca superioridade na estratégia de jogo do Timão é fruto de preparação constante e da segurança e confiança no trabalho de um grupo. Por parte da direção e dos jogadores. Poucos técnicos no Brasil tem a liberdade de tirar um meio campista que deu assistência na semifinal e entrar com um time diferente na final. Na Europa é normal, no Brasil, não.

E o trabalho não para: o clube já pensa em reforços para 2013 (Renato Augusto já foi confirmado e agora se fala em Alexandre Pato). Sem contar o marketing do time, ainda inigualável no Brasil.

Mas vale ressaltar que não é uma evolução do futebol brasileiro. É uma evolução apenas do Corinthians. Tomara que sirva para alavancar mais mudanças de posturas em mais clubes, por enquanto isso não aconteceu.

O Corinthians fez uma partida perfeita? Não, Emerson e Paulinho ficaram abaixo do que se esperava deles, mas não chegaram a jogar mal. Ralf melhorou muito apenas no segundo tempo, quando se aproximou de Lampard e anulou os passes de média e longa distância dos Blues. Mas nenhuma crítica deve ser feita hoje.

A torcida fiel, camisa 12 do time, deu um show no Japão e mereceu destaque na imprensa inglesa. Doze anos depois de vencer seu primeiro Mundial, o time conquista o bi no torneio que começou 12/12/12. O melhor jogador da competição foi o goleiro Cássio, número 12.

É… 2012 será mesmo um ano que ficará na memória do corintiano para sempre.

Depois de tanto gritar e comemorar esse ano, a torcida agora grita “Volta, Corinthians” que o bando de loucos, aquele que nunca vai te abandonar, está esperando de braços abertos e um sorriso estampado na cara.

Considerações sobre a final anunciada

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ninguém se surpreendeu com a final entre Corinthians e Chelsea pelo Mundial de Clubes FIFA. Mas vale tocar em alguns pontos sobre suas estreias.

O Chelsea enfrentou o Monterrey do México ontem (dia 13) e passeou em campo. Venceu com autoridade por 3 a 1, com destaque para as atuações de Juan Mata e Fernando Torres.

O atacante espanhol, com a chegada de Rafa Benítez, parece estar em seu melhor momento desde que chegou aos Blues. Marcou cinco gols nos últimos três jogos. Um diante do Monterrey.

Outro jogador com que teve grande atuação foi David Luiz. Jogando no meio de campo, fazendo papel de volante, mostrou-se seguro tanto nos desarmes quanto nas investidas ofensivas.

O Chelsea com certeza terá um time muito modificado no domingo. Ramires, que não jogou na estreia, será titular e David Luiz retorna à zaga. Oscar talvez fique no banco de reservas. O extenso elenco do time londrino permite inúmeras opções.

O Corinthians acompanhou o jogo de perto. Tite cogita mudar o time para a final com a possível a saída de Douglas para entrada de Jorge Henrique, apostando em mais velocidade pelas laterais do campo.

Engana-se quem diz que a favoritismo voltou a ser dos ingleses após a vitória de ontem. O favoritismo sempre é do time europeu. As exceções da história talvez sejam Santos bicampeão em 1962 e 1963 (diante do Benfica e do Milan) e Flamengo de 1981 (diante do Liverpool), quando as cifras do futebol eram infinitamente inferiores às de hoje.

Os motivos são simples: o campeão da Champions League sempre é um time muito mais rico e com um elenco muito mais estrelado que o campeão da Copa Libertadores da América. Sempre!

Obviamente que o favoritismo existe fora do campo apenas.

Porém o que preocupa os corintianos não é a atuação já esperada do Chelsea diante da equipe mexicana. É a má atuação diante do Al Ahly, principalmente no apático segundo tempo.

Por isso que, apesar da tranquilidade de Tite, a torcida esta apreensiva. Qual Corinthians veremos domingo? O apático e inseguro time que perdeu para o São Paulo e tomou pressão no segundo tempo contra o Al Ahly ou o forte e decisivo que não se intimidou com a tradição do Boca Juniors ou com o talento de Neymar no Santos e atropelou na Libertadores da América?

A resposta pra essa pergunta define entre o vice ou o Bi-Mundial.